AIoT e mobilidade urbana: quais os caminhos para o futuro?
No início (nem faz tanto tempo assim), as conversas que giravam em torno da IoT (Internet das Coisas) eram um tanto quanto nebulosas e pouco reveladoras do que viria em breve. Falava-se muito sobre geladeiras, fogões e eletrodomésticos conectados à internet.
Por mais que também estejam presentes no ambiente doméstico, fato é que os dispositivos IoT vão além desses espaços, impactando profundamente a mobilidade urbana.
Com a AIoT, que nada mais é do que a união entre a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas, o potencial de inovação relacionado à mobilidade do meio urbano aumenta consideravelmente. A seguir, você confere algumas das tendências que guiam o setor e entende por que a IA exerce um papel crucial nos processos de mudança que estão em curso. Confira!
Os impactos da IA na mobilidade
Existem diversas maneiras de demonstrar como a IA é um elemento indispensável ao contínuo movimento de inovação da mobilidade urbana. Algumas melhorias já podem ser percebidas e experimentadas, mesmo que de modo incipiente, por motoristas e usuários de transporte. Outras tecnologias, em desenvolvimento, estão reservadas para o futuro!
Gerenciamento inteligente de tráfego
Sem dúvida, uma das maiores contribuições da IA para a melhoria da mobilidade urbana se traduz na forma como o tráfego é gerenciado. Uma vez que essa tecnologia esteja incorporada aos dispositivos IoT do trânsito, eles funcionam de maneira integrada e de acordo com as circunstâncias do tráfego em dado momento.
Um ótimo exemplo é o mecanismo comum de funcionamento de semáforos. Geralmente, eles são programados para interromper e liberar fluxos de veículos e pedestres mediante intervalos médios calculados previamente. Para isso, são usados dados anteriores, que preveem os períodos de maior ou menor circulação de carros, motocicletas, bicicletas, pessoas etc.
Na prática, a AIoT comprova que tudo isso pode ser efetuado de forma mais inteligente e em tempo real. Ao interligar semáforos e câmeras posicionadas em pontos estratégicos, é possível criar ciclos semáforos condizentes com o fluxo identificado com exatidão. Isso dinamiza o fluxo de todos os usuários do trânsito, que aguardam o tempo realmente necessário para atravessarem um cruzamento.
Melhoria da qualidade do ar
Outro efeito positivo promovido pela adoção de dispositivos IoT com IA na mobilidade de áreas urbanas se reflete na qualidade do ar das cidades. Sensores projetados especialmente para coletar dados ligados à medição de temperatura ambiente, à concentração de umidade e a características de dispersão de agentes poluentes são alguns exemplos de aplicações práticas.
Uma vez que as informações obtidas são cruzadas com outras provenientes do sistema de monitoramento meteorológico e de tráfego, algoritmos específicos
estimam as condições de qualidade do ar em determinadas áreas. Para visualizar a medida, basta compará-la com o que já ocorre com os mecanismos de previsão do tempo.
Por um lado, o sistema usado ajuda a detectar as vias fortemente atingidas pela incidência de partículas que poluem o ar — situação frequente em metrópoles internacionais, como Londres, e brasileiras, como São Paulo. Ao mesmo tempo, projeta um mundo no qual atividades ao ar livre sejam planejadas conforme as últimas atualizações referentes à previsão da poluição atmosférica.
A IA amplia a gama de itens relevantes para a descoberta de novas e efetivas soluções voltadas à gestão do tráfego. Além de detalhadas e, portanto, aperfeiçoadas, as medidas de intervenção tendem a ser tomadas cada vez com mais antecedência. Com um tráfego controlado e equilibrado, a melhora da qualidade do ar será uma das conquistas vinculada à busca de uma mobilidade urbana sustentável e viável.
Aumento da segurança
Em relação ao Brasil, um dos desafios mais urgentes consiste na necessidade de aumentar o uso de tecnologia com o objetivo de tornar o trânsito mais seguro. Nesse contexto, certamente o uso planejado e estratégico de dispositivos IoT inteligentes ajuda bastante.
Afinal, os sensores podem ser concebidos para registrar os mais variados aspectos que influenciam no deslocamento de veículos terrestres, aéreos e ferroviários. Eles são capazes, por exemplo, de:
- detectar oscilações de velocidade acima do esperado em trens e metrôs — mantendo os condutores prontamente avisados;
- detalhar melhor as condições das vias — o que aumenta o nível de atenção dos motoristas ao chegarem a determinado trecho;
- exibir status atualizados e atrelados ao funcionamento irregular de certos componentes do veículo.
O futuro reservado para a mobilidade integrada à tecnologia
Hoje, já é perfeitamente possível ter uma visão mais nítida quanto às modificações propostas pela inclusão de dispositivos AIoT no meio urbano. Então, vamos falar um pouco a respeito de algumas inovações Bosch relativas ao futuro da mobilidade.
Estacionamento inteligente
Para ilustrar melhor essa nova realidade, vale a pena levar em conta o que já vem sendo desenvolvido e gradativamente implantado. Esse é o caso do estacionamento autônomo. Pioneira, a Bosch em parceria com a Mercedes-Benz e outros parceiros, está trabalhando na implementação desta função no estacionamento P6 do aeroporto de Stuttgart. Nesse novo jeito de estacionar, o motorista leva seu automóvel até a garagem, sai dele e, em seguida, aciona, via smartphone, um procedimento que levará o veículo até o local apropriado. Para que os veículos sem motorista possam navegar pelo comando do smartphone até uma vaga reservada, tecnologias como câmeras de vídeo de instalação fixa, unidades de controle, sensores, inteligência artificial são necessárias. O portfólio da Bosch contém todos os componentes da direção autônoma e a empresa tem cerca de cinco mil engenheiros trabalhando em todos os seus níveis.
Estima-se que mais mil estacionamentos sigam este mesmo exemplo até 2025. Para toda a conveniência extra associada a tais desenvolvimentos, a Bosch enxerga a direção autônoma como um elemento-chave que pode tornar o trânsito mais seguro.
Virtual Visor
De uso incômodo na maioria das vezes, o quebra-sol é um transtorno antigo enfrentado por motoristas do mundo inteiro. Isso porque nem sempre ele é eficaz como deveria. Com o Virtual Visor, a Bosch demonstrou novamente que a IA faz toda a diferença no desenvolvimento de novas soluções vinculadas aos carros e à mobilidade.
Com uma câmera associada ao gerenciamento de algoritmos, uma sombra suave é projetada sob medida sobre os olhos do condutor. Isso significa que, independentemente da angulação dos raios solares, a visão de quem estiver guiando o veículo permanecerá protegida, algo que não acontece com um quebra-sol comum.
Perfect keyless
Antes mesmo de você pensar em entrar no seu carro, a IA e a IoT já dão indícios de que tudo pode mudar e para melhor. Trata-se da realização de um sonho antigo de boa parte dos motoristas: o uso de uma chave digital.
Em sintonia com essa necessidade, a Bosch desenvolveu um sistema digital onde o motorista faz um download de um aplicativo, o qual se conecta com o carro e gera uma chave de segurança individual - que servirá apenas na fechadura digital do respectivo veículo. Assim que houver comunicação entre os dispositivos do veículo e o celular do usuário, as portas são destravadas. Essa tecnologia já está disponível para uso particular e também otimiza o acesso e a segurança de frotas logísticas.
As vantagens da transformação digital para os motoristas
Dado o grau de transformação vivenciado em amplos sentidos e direções, fica claro que o motorista tem muito a ganhar com o avanço da AIoT no meio urbano. À medida que os dispositivos IoT inteligentes forem incorporados nesse ambiente, a condução dos veículos será mais simples, segura, rápida e menos estressante.