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Bosch no Brasil
11/09/2023

Acidentes de trânsito: principais causas e soluções de um problema que gera 1 morte no Brasil a cada 15 minutos

Acidentes de Trânsito

Qualquer pessoa que já se envolveu num acidente de trânsito sabe: mesmo quando é leve, dá tremenda dor de cabeça: o susto da batida, o atraso nos compromissos, a discussão com outro motorista, a procura por um conserto... Nos casos mais graves, tudo fica muito pior. Os acidentes de trânsito mataram 35.032 pessoas nas ruas e nas rodovias do Brasil, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2021. Isso significa uma morte a cada 15 minutos.

A perda de vidas é a face mais dramática do problema. Mas há também um custo social (ferimentos, invalidez). E mesmo um custo financeiro. A remoção dos veículos (e, eventualmente, das vítimas), a internação em hospitais, o prejuízo de produção em razão dos dias parados (ou a perda permanente, nos casos de óbito ou invalidez), o conserto dos veículos, os danos às cargas – tudo isso prejudica a economia. O prejuízo é de R$ 50 bilhões por ano, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Para reduzir esses danos e garantir uma mobilidade segura é preciso, primeiro, entender quais são suas causas. E, detectando a raiz dos problemas, procurar soluções para melhorar a segurança no trânsito.

Este texto vai detalhar esses pontos – mas é possível adiantar que as questões envolvem, entre outros pontos, educação, fiscalização e muita, muita tecnologia.

Principais causas dos acidentes de trânsito

É comum ouvir dos especialistas que acidentes não têm uma causa, têm várias. “Os acidentes sempre são resultado de no mínimo três fatores concomitantes – como excesso de velocidade, veículo em mau estado de conservação, falta de atenção”, comenta Alexandre Pagotto, gerente de relações governamentais e institucionais da Bosch. “As políticas públicas (nas esferas federal, estadual e municipal) e o trabalho da indústria com o desenvolvimento de novas tecnologias para os veículos são formas de reduzir os fatores de risco."

Os melhores estudos do setor costumam se concentrar no fator que parece ter papel preponderante. Nas estradas, as pesquisas são mais consistentes. O Atlas de Acidentalidade no Transporte Brasileiro, que organiza dados de rodovias federais relativos a 2021, indica as seguintes causas principais.

As duas listas não deixam dúvidas: os fatores mais importantes estão relacionados à falta de atenção ou à negligência do motorista — tanto de automóveis quanto de motos, caminhões e ônibus.

As causas que provocam mais acidentes: As causas que provocam mais mortes:
As causas que provocam mais acidentes:
Falta de atenção (22.537 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Desobediência à sinalização (1.552 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Desobediência à sinalização (8.323 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Falta de atenção (1.503 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Excesso de velocidade (6.742 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Excesso de velocidade (677 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Não guardar distância segura (5.117 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Ultrapassagem indevida 358 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Ingestão de álcool (5.101 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Ingestão de álcool (279 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Defeito no veículo (3.151 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Dormir na direção (227 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Dormir na direção (2.311 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
Não guardar distância segura (112 mortes)
As causas que provocam mais acidentes:
Ultrapassagem indevida (1.648 acidentes )
As causas que provocam mais mortes:

As causas que provocam mais acidentes:
Defeito na via (1.474 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:
As causas que provocam mais acidentes:
Animais na pista (1.213 acidentes)
As causas que provocam mais mortes:

As condições do veículo fazem diferença? Sem dúvida. Por isso há muitos anos os especialistas defendem a implementação de inspeção técnica veicular. O estado de conservação das vias é relevante? Claro, e as ações governamentais precisam estar atentas a isso – e também à gestão da segurança no trânsito e à rapidez e eficiência no atendimento a acidentes, como consta no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que estrutura as políticas públicas nessa área. Contudo, o fundamental mesmo é o comportamento do condutor.

Como prevenir acidentes de trânsito

Como prevenir acidentes de trânsito

Sabendo que o modo de dirigir carros, motos e veículos comerciais faz muita diferença, fica mais fácil definir o foco principal das políticas públicas.

O papel da prevenção: a importância da educação para o trânsito

Uma das linhas de ação mais relevantes para a segurança viária é a educação para o trânsito. Na escola ela é fundamental, até porque uma parte significativa dos atropelamentos envolve crianças e adolescentes. O plano nacional citado acima prevê criar programas voltados a alunos e professores dos ensinos fundamental e médio.

Mas é preciso ir além e abranger todos os públicos, inclusive os adultos – afinal, eles é que são ou os motoristas ou os pedestres responsáveis por crianças e adolescentes. O plano nacional prevê campanhas de conscientização e melhor formação dos condutores, principalmente quando forem tirar ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Nas campanhas, é preciso destacar que tanto pedestres quanto motoristas têm responsabilidades:

  • Pedestres: Precisam usar as faixas de pedestres e as passarelas, sempre que essas estruturas estiverem disponíveis. Devem olhar para os dois lados da via antes de atravessar e respeitar o semáforo, quando houver.
  • Motoristas: Devem estar atentos à sinalização, aos limites de velocidade, às regras para ultrapassagem e para mudanças de faixa – e também à distância em relação aos demais veículos, sobretudo os da frente.

O papel da prevenção: a importância da fiscalização

Pode ser impopular, mas funciona. Vários estudos mostram que aumentar a fiscalização no trânsito reduz o número de acidentes. Isso pode ser feito por meio de uma legislação mais rígida.

No final da década de 1990, quando entrou em vigor um novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), houve expressiva melhoria. Um estudo do Ipea destaca que uma série de alterações nas leis do setor (desde a obrigatoriedade do cinco de segurança até a chamada Lei Seca) também contribuiu para uma mobilidade mais segura.

Leis mais severas significam, quase sempre, punição mais ampla ou mais pesada. As multas maiores – como as aplicadas por dirigir bêbado –também tendem a contribuirpara um trânsito mais seguro, assim como a implantação de fiscalização por radares.

Como a tecnologia contribui para uma mobilidade segura

Além da educação para o trânsito e da fiscalização, outro pilar crucial é a tecnologia automotiva. Esse é um fator extremamente valorizado pela principal instituição de testes independentes da nossa região, o Programa de Avaliação de Carros Novos para a América Latina e o Caribe (Latin NCAP): quanto mais itens de segurança os automóveis oferecem, melhor eles aparecem no ranking.

Com os avanços recentes, a tecnologia é capaz de atuar diretamente em algumas das causas principais dos acidentes e das mortes por acidentes, como a falta de atenção. Por isso, dispositivos de mobilidade segura contam pontos para descontos de impostos no principal programa do governo federal para a indústria automotiva, o Rota 2030.

A Bosch se destaca nessa área: é protagonista no desenvolvimento e no fornecimento dos principais sistemas que colaboram para evitar colisões e, se elas ocorrem, diminuir sua gravidade. Vários deles são considerados tão importantes pelas autoridades públicas que já viraram item obrigatório.

“Tecnologias de segurança veicular comprovadamente são eficazes na redução de acidentes e na mitigação de suas consequências. E fornecer tecnologia para a vida está no DNA da Bosch”, afirma Michel Braghetto, gerente de Marketing da Divisão de Chassis Systems Control da empresa.

Veja algumas das tecnologias mais importantes na área.

ABS (Sistema Antibloqueio de Frenagem): Lembra que entre as maiores causas de acidentes e mortes no trânsito está não guardar distância segura e assim não ter tempo suficiente para uma frenagem de emergência? O ABS limita esse risco ao impedir que as rodas travem, mesmo quando o motorista pisa fundo no freio, diminuindo a distância de parada e mantendo a dirigibilidade do veículo durante a frenagem. Seu mecanismo foi registrado como patente pela Bosch em 1936. A produção em série começou em 1978, em modelos da Mercedes-Benz. A Bosch fabrica o produto no Brasil desde 2007. Aqui, ele é obrigatório em automóveis novos desde 2014. Em motos novas com mais de 300 cilindradas, é obrigatório desde 2019.

Sistema Airbag: Sua principal função é reduzir a severidade dos acidentes, pois infla uma bolsa de ar para absorver a energia produzida nas colisões. No Brasil, é item obrigatório na parte dianteira dos automóveis, tanto para condutor quanto para passageiro, desde 2014. Porém, o Latin NCAP recomenda também “airbags laterais duplos para o corpo e airbags laterais duplos para proteção da cabeça”.

ESP(Programa Eletrônico de Estabilidade, ou controle de estabilidade): Desenvolvido pela Bosch em 1995, reduz em até 80% os acidentes causados por derrapagens. Ao detectar uma situação crítica, o sistema impede que o carro perca o controle: freia e/ou acelera (independentemente da ação do motorista) para levar o veículo de volta à posta. Será obrigatório no Brasil em todos os carros novos a partir de 2024, mas, como tem grande impacto na segurança, já estava presente em mais de 88% dos veículos leves vendidos no país entre janeiro e julho de 2023.

Simulação do Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®) da Bosch

AEB (Frenagem Automática de Emergência): Trata-se de um dispositivo que pode ter grande efeito para evitar colisões traseiras e atropelamentos. Formado por radares e/ou câmeras, o sistema alerta o motorista quando identifica um carro, um pedestre ou um ciclista à frente. Se o condutor não tomar providências, o dispositivo aciona o freio automaticamente. Estudos da Bosch indicam que, se todos os veículos fossem equipados com o AEB, 72% das colisões traseiras seriam evitadas. No Brasil, estava presente em 31% dos veículos leves vendidos entre janeiro e julho de 2023.

AEB Bosch. Sistema de frenagem automática de emergência

LKA (Assistente de permanência na faixa): Essa tecnologia é especialmente útil para deter uma das principais causas de acidentes fatais: a falta de atenção – provocada por situações como olhar o celular e digitar ao dirigir. O dispositivo, também chamado de LKS, emite um alerta sonoro se o veículo mudar de faixa sem dar seta – e, se o motorista não agir, a rota é ajustada automaticamente. Uma pesquisa da Bosch apontou que 29% dos condutores se envolveram em acidentes relacionados a mudança de faixa. Por isso, o sistema deve ser obrigatório na Europa nos próximos anos; no Brasil, o Departamento Nacional de Trânsito estuda adotar medida semelhante. Entre janeiro e julho de 2023, a tecnologia equipava 20% dos veículos leves vendidos por aqui.

Assistência para Permanência na Faixa Bosch

Alerta ponto cego

Sensor de ponto-cego: É um complemento à tecnologia anterior. Radares ou sensores ultrassônicos instalados no para-choque traseiro, quando detectam a aproximação de veículos pela lateral, acendem um sinal luminoso no retrovisor. Se mesmo assim o motorista der seta, o sistema dispara um alerta sonoro. O sistema está presente em 13% dos veículos leves vendidos no Brasil, segundo dados referentes ao período de janeiro a julho de 2023.

Como ficou claro, a mobilidade mais segura é um desafio a ser alcançado com ações em diversas frentes – as principais estão diretamente relacionadas ao modo como as pessoas costumam dirigir.

A Bosch está ensinando o veículo a dirigir!

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